quinta-feira, 4 de julho de 2013

Lúpus x Tireoide

Oi gente!

Resolvi fazer este post porque tenho visto que lúpus e a doença mais falada no momento, porque esta sendo divulgada na novela Amor a Vida, a atriz Clara Castanho esta interpretando a personagem com lúpus.
E também tenho visto, que em redes sociais, muita gente tem comentado, que quem teve cancer de tireoide pode ter lúpus. NAO, necessariamente.
Acontece, que as duas doenças sao doenças auto-imune.
A pessoa que teve C.A. De Tireoide nao tem o " privilegio" de ter lupus e vice-versa. Ela pode ter, mas uma doença nao e por causa da outra, entende?
Desculpe-me se to pegando pesado, mas e que as pessoas falam muita coisa na internet e tem outros que acreditam.
Vão procurar um especialista para tirar as duvidas!!!! Nao fiquem acreditando no que falam em redes sociais.

Achei este site que gostei bastante da explicação.
Vejam:


Na grande maioria dos casos, as doenças da tireóide se desenvolvem em um processo lento e silencioso, porque os sinais e os sintomas são frequentemente desconhecidos pelo paciente; assim , são facilmente confundidas com outras patologias como, por exemplo, hiperlipidemia, iregularidades menstruais, menopausa ou depressão.
Este fato requer uma cuidadosa avaliação médica, para o diagnóstico adequado da doenças da tireóide. As doenças da tireóide são consideradas de origem auto-imune, devidse manifestam no organismo do paciente.

O que são doenças auto-imunes?

Normalmente o sistema imunológico ataca e destrói microorganismos que invadem o organismo (por exemplo bactérias). Nas doenças auto-imunes, o sistema imunológico do paciente “ataca” seu próprio organismo, produzindo os chamados auto-anticorpos. Existem dois tipos de auto-imunidade:
1)orgão específico: paciente produz anticorpos que atacam um orgão ou tecido específico, incluindo Doença de Hashimoto (hipotireoidismo), Doença de Graves (hipertireoidismo), Doença de Addison (glândula adrenal) e Diabetes insulino-dependente (pâncreas);
1. orgão não-específico: paciente produz anticorpos que são distribuidos pelo corpo, como por exemplo Artrite Reumatóide e Lupus Eritematoso.

As doenças auto-imunes da tireóide ocorrem quando o sistema imune produz anticorpos (auto-anticorpos) contra as proteínas da glândula tireóide (auto-antígenos), causando dano para a glândula tireóide, podendo alterar seu funcionamento. A doença auto-imune da tireóide é a condição mais comum da auto-imunidade, pois aproximadamente 2% da mulheres e 0,2 % dos homens são afetados por este estado clínico. Existem três principais auto-antígenos da tireóide: a Tireóide Peroxidade (TPO), a Tireoglobulina (Tg) e o receptor TSH (TR).

A TPO é uma proteina de ligação de membrana da tireóide e participa da síntese dos hormônios da tireóide (T3 e T4). Anteriormente, os auto-anticorpos para TPO (anti-Tg) eram chamados de auto-anticorpos anti-microssomal (AMA). Algumas indicações clínicas para a utilização do teste anti TPO: indicativo de fator de risco para doenças auto-imunes da tireóide, tireoidite pós-parto, aborto e falha na fertilização in vitro, e no diagnóstico de doenças auto-imunes da tireóide.
A tireoidite pós parto é considerada uma síndrome temporária ou uma disfunção permanente da glândula tireóide, ocorrendo no primeiro ano após o nascimento do bebê, que pode causar hipertireoidismo, hipotireoidismo ou ambos, e está associada a presença de anti-TPO. A Associação Americana de Endocrinologistas recomenda o acompanhamento médico, nos casos de gestantes com altas dosagens de anti-TPO e níveis normais de TSH, por causa da alta probabilidade de elas desenvolverem hipertireoidismo clínico ou sub-clínico.

A Tireoglobulina também participa da síntese e liberação dos hormônios da tireóide (T3 e T4). Os anticorpos anti-Tg são detectados em 30-6-% dos indivíduos com carcinoma de tireóide e têm grande utilidade no acompamento desses pacientes.

Texto retirado do Informativo do Abbott Divisão Diagnósticos
Ano I – número 5 – dezembro de 2005/jane

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dica Importantíssima!!!! Medgel Fita da Silimed

Pessoal, boa tarde.


Encontrei na semana passada uma colega que também está tendo uma recuperação de sucesso e ela indicou um produto excelente para colocar na cicatriz, o Medgel Fita da Silimed.

 
http://www.silimedbrasil.com.br/brasil/ProdutosMedgel.aspx


Medgel


Medgel é um produto à base de silicone, especificamente formulado para tratar e prevenir as cicatrizes hipertróficas, quelóides e associadas ao eritema (vermelhidão) da pele.

Só é contra-indicado em feridas abertas, em regiões infectadas e tecido que não esteja sadio.

De fácil utilização, Medgel é altamente eficaz no tratamento de cicatrizes, recentes ou antigas, resultantes de cirurgias abdominais, cardíacas, de tireóide, cesarianas, queimaduras, remoção de tatuagem, acne, cortes, mordidas de animal etc.

É de fácil aplicação, higiênico e não necessita de nenhum tipo de bandagem por compressão.

Medgel não contém componentes de origem animal nem princípio ativo, e pode ser usado com outros tratamentos complementares.

Medgel é fornecido não estéril. O Medgel é protegido por plástico e acondicionado em embalagem plástica, contendo uma, duas, seis, dez ou doze unidades. O Medgel Coat é fornecido em embalagem individual - bisnagas com 15 gramas e embalagem externa de papelão.

Disponível em diversas formas. Todas podem ser recortadas para se adaptar ao tamanho de sua cicatriz.

Como Usar


Você pode usar o Medgel em áreas descobertas, como mão, pescoço e rosto, que não tenham contato com roupas. Utilize uma camada fina sobre a pele e reaplique, se necessário, respeitando o uso diário de, no mínimo, 12 horas.

Para o uso da tira, corte-a no tamanho da área a ser tratada e aplique sobre a região, deixando no local por, no mínimo, 12 horas. Durante o banho, recomendamos a retirada do gel. Após o uso, lave a tira com sabonete neutro, enxágüe com bastante água morna e deixe secar naturalmente. A mesma tira pode ser utilizada por aproximadamente 20 dias.

Alguns médicos acreditam que é a compressão do silicone que trata a cicatriz, mas estudos revelam que é o contato com a cicatriz que evidencia a eficácia do tratamento. Assim, algumas vezes, o médico indica a compressão para tratar cicatrizes hipertróficas. Se for esse o caso, combine os dois tratamentos.



 

E vende pela internet!!!!!

 

Eu a vi com a fita, ela é transparente, fica discreta, não incomoda, é mais higiênica do que a fita micropore, gente, vale a pena. Na época que operei, não conhecia este produto, mas recomendo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Oi pessoal! Gostaria de compartilhar com vocês, um e-mail lindo que recebi esta semana:

Oi Nadia, tudo bem com vc? Ministrei Johrei em voce no Johrei Center Lapa na semana anterior a minha cirurgia. Foi muito bom ter conversado com vc e ter lido seu blog.

Eu nao entendo de blog e nao sei como escrever nele, nem sei se isso é possivel ou se só vc escreve nele. Se eu puder gostaria de registrar a minha experiencia também no sentido de ajudar outras pacientes com esse mesmo diagnostico.

Fiquei bem assustada, nervosa e até pessimista (o que não sou normalmente). Aprendi muito com essa doença e vou conduzir minha vida de modo diferente.daqui pra frente. A minha evolução espiritual foi muito grande, eu precisava passar por isso para valorizar o que realmente importa. E o que é importante para quem teve um cancer???

Pouca coisa realmente importa. Viver todos os dias como se fosse o ultimo da nossa vida... Pra quë ser tão rigida comigo mesma e consequentemente com , os outros? Isso quero mudar e muito. Pra quë trabalhar tanto?? Quero mais qualidade de vida. Quero fazer escolhas que me dêem prazer.

Quando a cirurgia, minha experiencia foi muito positiva encontrando um médico Dr. Caio Plopper que, dentro da possibilidade médica, respeitou meu desejo de permanecer com um lobo da tireoide. Isso foi realmente importante pra mim e estou muito feliz poder estar com meia tireoide hoje. Isso é possivel se o carcinoma estiver concentrado e sem nenhuma metastase local, o que felizmente foi o meu caso. Acho importante divulgar isso para que os pacientes fiquem informados de todas as possibilidades e possam optar.

Se quiser que eu escreva mais para vc divulgar no seu blog, me avisa.

Brigadão minha querida e parabéns plelo blog que muito me ajudou no pre-operatorio.
Beijo
Gizele



Gizele, agradeço pelo retorno e sua recuperação já está sendo um sucesso. Bj.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

WALESKA - retorno msg

Waleska, estou postando aqui porque não tenho seu e-mail.
É uma barra mesmo ser diagnosticada com cancer, mas cuida de tudo direitinho, faz o que o médico te orientar e vai dar tudo certo.
Tente adiantar a cirurgia pra você não ficar tão anciosa. Vai dar TUDO certo!!! pode ficar tranquila. Hoje os médicos são muito competentes pra cuidar desse cancer e 99% de cura, então fique tranquila mesmo.
se precisar de alguma coisa, quiser conversar, me escreva camargona@hotmail.com.
Por aqui, eu confesso que não sei responder os posts direto para o usuário.
e me conta como está sendo o tratamento.
Fica com Deus. é um momento doloroso, mas é bom pra gente refletir na vida.
E você é de Recife!!! que delícia, eu adoro Recife. Inclusive hoje ganhei um bolo de rolo da Casa dos Frios. Delicioso!!!
Um beijo grande e fique forte!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

PORQUE EU?

Oi gente, desculpe-me pela ausência. Tenho trabalhado muito, graças a Deus e não tem dado tempo de postar. Inclusive hoje, to enroladíssima, mas deu muita vontade de passar por aqui. Aliás, eu tenho um blog mais doce que esse: chucolateria.blogspot.com


Tenho recebido e-mails de pessoas que nào conheço e que tem visto o blog, isso é muito bom saber que de alguma forma to ajudando, e por isso, não posso de jeito nenhum abandoná-los.


Adoro saber as histórias de vocês. Sei que quando vocês me contam, é um momento de sofrimento, que a gente nem sabe o que fazer e acaba querendo contar prá todo mundo que já passou pelo problema, achando que esse alguém vai ter respostas prá gente.


Eu já contei nos posts anteriores a minha história com o cancer, espero que ajude, mas podem continuar me escrevendo no e-mail camargona@hotmail.com, sempre vou responder.


E cada um tem a sua dor, o seu momento. Eu entendo TUDO isso.
Essa dor passa. Às vezes demora..., mas passa. Dependendo do hospital que você está fazendo o tratamento, você depara com outras pessoas passando por situações piores que a sua, daí você vê que a sua dor não é quase nada perto do outro que tá ao lado.


Quantas vezes eu fui no Hospital do Cancer, tinha tanta gente com o rosto deformado pela doença, criança entubada, magra, fazendo uma bateria de exames, e as mães e os pais ao lado, sofrendo mais ainda.


Sei lá porque a gente passa por isso. Na filosofia tem tanta explicação, mas quem disse que a gente entende?


Porque EU????
Agora pergunto: E porque NÃO, EU???


Só o outro é que pode ficar doente? Como dizem, pimenta no zóio dos outros é refresco.
Aproveitem este momento, que é longo, pra se avaliarem, avaliar sua vida como foi até hoje e como você quer que ela seja daqui prá frente.


Beijocas.
Nádia
camargona@hotmail.com

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ser Mãe depois do Câncer

A ocorrência de câncer em nossa sociedade aumenta paulatinamente. Ainda que seja uma doença muito grave, a taxa de sobrevivência, principalmente em crianças e adolescentes com câncer, tem crescido notavelmente nos últimos trinta anos como resultado dos tratamentos. A taxa de sobrevivência aos cinco anos é de mais de 70% em crianças e adolescentes, cerca de 80% em leucemia linfoblástica aguda e mais de 90% em linfoma de Hodgkin. O câncer de mama, outro dos mais frequentes, atinge no Brasil aproximadamente uma de cada 10 mulheres, e dessas uma em cada 10 é diagnosticada em idade fértil.
                  As mulheres sofrem com as consequências dos tratamentos do câncer. A radioterapia e a quimioterapia causam uma redução da função ovariana ou, até mesmo, sua anulação. De fato, estima-se que 42% das meninas ou mulheres jovens que recebem quimioterapia e/ou radioterapia tem algum desses problemas. Conservar a fertilidade das pacientes em que é diagnosticado um câncer deveria ser uma questão considerada no mesmo momento do diagnóstico.
                  Há alguns anos vem sendo propostas diferentes estratégias para proteger e conservar a função ovariana em pacientes com câncer e outras doenças.

                  Que opções existem para manter a fertilidade antes do tratamento?
                   Criopreservação de tecidos ovarianos: Com esta técnica se consegue preservar a fertilidade e a função hormonal ovariana. Consiste na extração através de cirurgia laparoscópica do "córtex" de um dos ovários, para ser congelado posteriormente. Quando a paciente se cura, este "córtex" pode ser reimplantado no mesmo local em que foi obtido. Em meninas não é indicado a criopreservação de oócitos, mas pode ser indicada a de tecido ovariano: em adolescentes e mulheres jovens são adequadas as duas técnicas.       
                  Outras opções: A transposição cirúrgica dos ovários é realizada para evitar a exposição direta dos ovários à radioterapia e pode ser feita por ginecologistas treinados em cirurgia laparoscópica.       

Que opções existem depois do tratamento?
                  Se não foram criopreservados óvulos e tecidos ovarianos antes do tratamento.
                  As opções dependerão de cada situação:
                  1 - Meios naturais: A recuperação ovulatória  ocorre somente em 20-30% dos casos. O mais adequado, é tentar conseguir uma gestação por meios naturais, mas é conveniente esperar o tempo aconselhado por seu oncologista antes de tentar a gestação espontânea.
                  2 - Reprodução assistida: Se é recuperada a função dos ovários, mas a reserva ovariana é escassa, as probabilidades de conseguir uma gravidez de forma natural se reduzem. Nestes casos, é conveniente realizar um estudo da função ovariana, para medir as possibilidades de gravidez. Assim, dependendo da idade e da reserva ovariana da mulher, poderão ser realizados diferentes tratamentos de reprodução assistida que estão disponíveis atualmente [inseminação artificial, fecundação in vitro (FIV) ou microinjeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI)]       
                 
                  3- Adoção: Por último, e não por isso menos importante ,outra alternativa para formar uma família é a adoção.


Que tratamentos podem afetar a fertilidade?
A infertilidade pode ser causada por qualquer um dos diferentes tratamentos oncológicos aplicados atualmente: Quimioterapia, Radioterapia ou Cirurgia.
1 - Quimioterapia
                  A Quimioterapia atua sobre todas as células do corpo, destruindo tanto as células cancerígenas como as saudáveis que estão em processo de divisão. Entre estas se encontram os óvulos. Por isso, um dos potenciais efeitos colaterais destes tratamentos é a influência no sistema reprodutivo: basicamente, sua consequência seria a redução do número de óvulos, embora os riscos possam variar segundo cada tratamento.    
                  2 - Radioterapia
                  A radiação no útero e ovários pode causar a infertilidade ou, em muitos casos, a esterilidade permanente. Em algumas mulheres o retorno da menstruação pode aparecer meses ou anos depois de encerrar seu tratamento.       
 3 - Cirurgia
                  Em casos que se extraiam os dois ovários (ooforectomia bilateral) não há possibilidades de manter a fertilidade, e se a extração é de um único ovário pode ser afetada em grandes proporções. Outro procedimento cirúrgico que pode afetar a fertilidade da mulher é da endometriose grave.
                  Perguntas mais frequentes
                  Quais são os sintomas da infertilidade?
                  Na mulher que foi tratada com Quimio/Radioterapia, pode haver ausência do ciclo menstrual, ciclos irregulares.       
                  Como é possível determinar a fertilidade de uma mulher?
                  Além da idade, podemos nos guiar por exames de sangue para avaliar seus hormônios e ultra-som ginecológico.       
                  Quando inicia e quanto dura a infertilidade depois de um tratamento oncológico?
                  Começa com o tratamento oncológico, mas a fertilidade pode ser recuperada após o tratamento ou também ocorrer uma infertilidade irreversível.        
                  A partir de que idade se pode congelar óvulos/tecido ovariano?
                  Pode-se congelar óvulos e tecidos ovarianos após o início do ciclo menstrual.
Quanto dura a amostra de tecido ovariano/óvulos criopreservados?
Podem permanecer congelados por anos sem perder sua qualidade.       
                É seguro o uso de oócitos/tecidos ovarianos criopreservados para um tratamento de reprodução assistida?
                  Hoje em dia, a utilização de óvulos congelados é segura e sua eficiência é amplamente comprovada. A utilização de tecidos ovarianos é contra-indicada em casos de leucemias.       

fonte: fertilidade.org

sexta-feira, 18 de março de 2011

SINTOMAS
Ainda sem saber que tinha um nódulo, eu sentia muito cansaço, sono durante o dia, mas também insônia à noite. Achava que estava cansada porque não tinha dormido direito.
Depois começaram umas dores de cabeça diárias, o que achei estranho, pois nunca tinha tido nada.
Depois, achei que estava meio gordinha. Meu normal era 55 kg e eu já estava com 62 kg, então, fui ao endocrinologista e ele me deu remédio para tirar a fome.
Tomei o remédio e todos os meses eu ia lá prá pegar outra receita, mas não emagrecia de jeito nenhum.
Ok, fui para a academia. Todos os dias na academia, e nada de emagrecer.
A cabeça continuava doendo, e passei a dormir um pouco melhor, pois estava me exercitando e cansando o corpo.
Frio, sentia muito frio, mesmo no verão. Era uma sensação de frio de dentro para fora.
Outro sintoma era a irritação, era fora do normal e uma tristeza que parecia depressão. E a pele, que estava bastante ressecada, mesmo eu sendo viciada em cremes, a pele continuava seca, principalmente das mãos.

TOUR POR MÉDICOS DE DIVERSAS ESPECIALIDADES
Fui numa médica neurologista, ela me passou um remedinho que parou com as minhas dores de cabeça.
Dermatologista a cada dois meses prá mudar o creme do meu corpo, que não estava hidratando.
Estava indo à um endocrinologista há 2 anos, e nada dele me fazer emagrecer com a quantidade de sibutramina que ele me deu e muito menos de identificar que havia problema na minha tireóide.
Apelei para a acupuntura, afinal, alguém tinha que resolver minhas dores de cabeça, meu cansaço, minha tristeza freqüente, e fui no Dr. Jorge, excelente médico e lá ele pediu o exame de sangue e pediu que eu mudasse de endocrinologista.
Eu já vou no Dr. Jorge há 6 anos, resolvi atendê-lo e procurei outro endócrino, até porque estava desesperada com meu ganho de peso.
Fui parar no Dr. Paulo Sergio Manzini, endocrinologista em Alphaville/SP. Já cheguei no consultório pedindo remédio para emagrecer. Ele riu de mim, aliás ele riu de mim várias vezes, e com a maior calma do mundo apalpou minha tireóide, me pesou, ouviu o coração, e pediu diversos exames. Ainda fiquei toda nervosinha e disse que não tinha tempo pra fazer exames e que queria remédio. Ele não me deu o remédio para emagrecer.
Fui embora brava, mas depois de uns dias algo me fez ir fazer os exames e voltar no Dr. Paulo. Eu mal sabia que ele seria uma pessoa fundamental na minha vida, que me ajudou e que diagnosticou meu problema corretamente.

EXAMES
Hemograma completo.
Ultrasson da tireóide.
No exame de ultrasson, apareceu um nódulo de 0,2 mm (milímetros).

O endocrinologista, Dr. Paulo viu meus exames, apalpou novamente minha tireóide e por ter aparecido na ultrasson o nódulo, pediu que eu fizesse a punção.

Punção  - Biópsia aspirativa da tireóide
Eu não sabia o que era punção, ele me explicou que era um exame que ia tirar um líquido da minha tireóide para saber se era maligno ou não, qual tipo de nódulo.
Chorei na frente do médico, disse que tinha medo de fazer este exame, e ele explicou que realmente era perigoso e que se eu não fizesse com um bom profissional, poderia ter alguns danos na minha voz.
Ele me indicou um colega dele no bairro de Higienópolis, também se chama Dr. Paulo Campos Carneiro – especialista no exame de biópsia. Eu fui.
Manhã tensa, estava em jejum, e uma paciente antes de mim passou mal durante o exame e desmaiou. Jesus!!!! Eu queria sumir dali!!!!!! Estava com muito medo, mas já que tava ali...
O médico me chamou e eu quis saber tudo o que tinha acontecido com a paciente anterior. Ele perguntou-me se eu estava nervosa. Eu disse que sim. Se eu estivesse muito nervosa, ele me daria um calmante, mas não achei necessário.
Ele me explicou como seria o exame e pediu para que eu não me mexesse, não engolisse saliva durante o exame e que ficasse com a garganta relaxada. Fiquei totalmente paralisada, ele colocou a agulha na garganta, é uma agulha bem grossa, calibre 6, e como eu estava quieta, o exame foi rápido. Recomendo este médico, mas recomendo muito mais que se você for fazer este exame, que obedeça-o para que o resultado seja eficaz e que você não sinta muita dor.
Ele me mostrou no ultrasson, mas ainda não sabíamos que tipo de nódulo seria e o exame ficaria pronto em 15 dias, ia para análise do material. A recepcionista ainda me falou que poderia estar recebendo na minha residência. Foi o que eu pedi, para receber em casa.
A punção dói só na picada da agulha, mas é uma dor totalmente suportável e rápida. Acho que dói, por causa da tensão, do medo. Se fizer seguindo a orientação do médico, não dói quase nada.
Saí de lá e a garganta estava dolorida. Fiquei dois dias como se estivesse com a garganta inflamada, com dificuldade prá falar e para engolir.
No local que inseriu a agulha fica um pouco roxo e dolorido por alguns dias, é como quando se bate a perna ou braço em algum lugar e fica levemente roxo.


CONCLUSÃO DA PUNÇÃO: QUADRO CITOLÓGICO DE CARCINOMA PAPILÍFERO

Recebi o exame na minha casa, abri, mas não entendi, fui buscar na internet e só peguei informação ruim, ou, aquela que eu não queria saber.
CARCINOMA = CÂNCER

Os tipos mais comuns de câncer de tireóide são o carcinoma papilífero e o carcinoma folicular.
O carcinoma papilífero responde por 80% dos casos, se desenvolve nas células foliculares e têm crescimento lento. Geralmente atingem um único lobo da tireóide, mas entre 10% e 80% dos casos apresentam múltiplos focos da doença dentro da tireóide. Apesar de se desenvolver lentamente, o carcinoma papilífero pode atingir os gânglios linfáticos do pescoço, mas ainda assim, o tratamento costuma ser bem-sucedido e este tipo de câncer raramente é fatal.
O carcinoma folicular é mais raro e mais comum em países ou regiões em que a população não recebe suprimento de iodo adequado na alimentação. Ao contrário do que ocorre com o carcinoma papilífero, o folicular raramente atinge os gânglios linfáticos, mas pode atingir pulmões e ossos. Seu prognóstico é levemente pior que o do carcinoma papilífero, mas a doença costuma reagir bem ao tratamento
Fui trabalhar no dia seguinte, já estava desesperada e fui conversar com o médico do trabalho, aqueles médicos que ficam na empresa. Eu não ia conseguir ficar sem saber o resultado até meu retorno no Dr. Paulo.
Ele é muito bem conceituado, todos gostam muito dele na empresa, e eu quis saber o resultado do meu exame. Contei a ele que o Dr. Paulo tinha me pedido a punção e eu levei todos os resultados dos meus exames. Ele confirmou o nódulo malígno e disse que eu tinha sorte. Ele disse: “Você é uma mulher de sorte, seu câncer é o mais simples de todos”. Eu disse: Hã? Como assim, eu tenho câncer????
Ele respondeu: “sim, você tem câncer e de todos é o melhor e mais fácil de tratar”.
Quem é que fica feliz ao saber que tem câncer? Existe câncer mais simples? Eu vou morrer? O que eu tenho que fazer? Se eu tomar remédio isso sai?
Ele me explicou o processo que iria passar, falou que haveria necessidade de operação, que era um nódulo maligno e o meu ainda era pequeno, e que eu poderia viver mais um 5 anos daquela forma (cansada, triste, nervosa, com a pele seca, dor de cabeça), ou fazer a cirurgia rapidamente, a escolha seria minha.
Ë claro que eu ansiosa do jeito que sou, pedi indicação de um cirurgião e disse que ia fazer o mais rápido possível.
Saí da sala dele, totalmente sem noção do que fazer, do que sentir.
Fui para uma sala sozinha e meu Diretor ligou-me chamando para uma reunião. Eu disse que precisava de 10 minutos para chorar, que eu tinha acabado de saber que eu tinha câncer. Desabei!!!!!!!!! Meu Diretor me encontrou dentro da empresa, disse que não sabia o que fazer, mas que estaria ao meu lado para qualquer coisa que eu precisasse. Essas pessoas que ficam ao nosso lado são muito importantes.
Depois de uns dias, retornei ao Dr. Paulo, ele me confirmou tudo o que o médico do trabalho tinha dito. Aí sim eu confirmei e assumi que tinha CA Papilífero na tireóide.
O Dr. Paulo me indicou também alguns cirurgiões de cabeça e pescoço e pediu para eu  fazer a operação em breve porque o nódulo poderia aumentar e a situação que estava favorável, poderia mudar. 
Outra coisa que eles falaram, é que era para eu fazer de tudo para que o cirurgião optasse por retirar toda a tireóide. Primeiro, porque pode ainda haver restos de células cancerígenas na tiróide e outra, porque o remédio que é medicado depois, dá para você viver muito bem sem sua tireóide.

CIRURGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO

Esta é a especialidade do médico que opera a tireóide.
Fui ao médico indicado pelo médico da empresa que eu trabalhava, ele me explicou detalhes da cirurgia e agendei a data.
Passaram alguns dias e eu não estava segura com aquele médico. Busquei na internet informações sobre ele, e foram ótimas, mas eu não tive muita empatia com ele.
Fui ao médico indicado pelo Dr. Paulo. Excelente também, me explicou melhor ainda todo o processo.
E uma amiga que já havia operado e me deu todas as dicas, Ju Moncayo, indicou-me o Dr. Luiz Paulo Kowalski.

Eu ouço muito minha intuição e escolhi fazer a operação com o Dr. Kowalski.
O Dr. Kowalski atende em consultório particular, atende no Hospital Albert Einstein, é Diretor do Departamento de Cabeça, Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital AC Camargo, entre outros. Ah! E ele já teve câncer de cabeça e pescoço, ou seja, ele conhece os dois lados, o do médico e do paciente.

DESABAFAR COM AS PESSOAS QUE VOCÊ GOSTA SOBRE SUA DOENÇA

Foi bem esquisito comunicar às pessoas que eu tinha câncer, que teria que operar, mas que era o mais simples de todos, como os médicos já tinham me dito.
Ë uma fase também que nos fazemos de vítima e as pessoas também entram na nossa vitimização e sofrem junto.
A primeira pessoa que eu falei foi com a Silmara Sonni, uma grande amiga que trabalhava comigo. Ela não entendeu muito bem o que eu estava falando, mas chorou comigo e me agüentou no período de estress total.
Depois, contei para a Pati Lume, uma amiga maravilhosa que ficou o tempo todo comigo, me ligou todos os dias prá saber como eu estava e sempre que eu estava triste, chorosa, ela me colocava prá cima.
Depois tive que enfrentar a conversa mais difícil. Eu não tenho pais vivos e não tenho família próxima com quem eu possa me abrir nessas horas difíceis, mas tenho grandes amigas de infância que são como minhas irmãs (Adriana Lagoin, Pati Foligati e Luciana Amaral) – esta é história para outro blog, ou um livro, quem sabe.
Tive que ter coragem para contar para a Adriana, que eu sabia que ela iria sofrer tanto quanto eu. Ela também me ligou todos os dias, ouviu minhas choradeiras e chorou muito também.

Algumas pessoas se afastaram, acho que por ignorância, ou medo. Tinham medo da minha reação, não sabiam nem o que falar.

E outras, se aproximaram, pessoas que eu nem conhecia quando sabiam do meu caso, vinham contar também sua experiência, dar uma palavra de incentivo. Conheci muitas pessoas que tiveram o mesmo problema e que hoje vivem normalmente.

Na empresa tive todo o apoio, tanto da parte burocrática como da minha chefia e dos meus subordinados. Estes foram sensacionais, porque eu tinha que sair para fazer os exames, ausentar-me pós cirurgia, trabalhei home-office, e eles agüentaram firme.

Foi bastante difícil, chorei muito, refleti sobre muitas coisas e mudei muitas coisas em mim, jeito de ser, jeito de pensar, jeito de agir.

Tive muitos sonhos com meus pais. Eu tinha uma ligação muito forte com a minha mãe, e na semana da cirurgia, eu senti muito forte o cheiro do sabonete que ela usava e sentia a presença dela o tempo todo.


PRÉ OPERATÓRIO

Dr. Kowalski pediu para refazer os exames, exceto a biópsia (punção), e pediu também Raio X do tórax.
Também fui conhecer o anestesista e ele me orientou como seria feita a anestesia geral. Esta conversa é muito importante, ele passa a te conhecer melhor, avalia também os resultados dos seus exames e te tranqüiliza.
Fiz a cirurgia no Hospital AC Camargo. Em São Paulo, um dos melhores hospitais especializado em câncer.
Quis fazer todos os exames neste hospital. O atendimento é excelente. O que é difícil é conviver com pessoas de todos os tipos, de todos os lugares do Brasil, com diversos tipos de câncer. Eu acabei freqüentando mais a especialidade de cabeça e pescoço, então, tinha pessoas com deformidade no pescoço, na boca, na cabeça. Crianças, idosos. Os que já tinham operado e estavam com dreno no pescoço e falavam com o som abafado (tipo Tio Patinhas).
Dava vontade de chorar todas as vezes que eu entrava na recepção, mas também saia de lá mais forte, afinal, o meu caso era o mais simples como disseram todos os médicos.

CIRURGIA SÓ DAQUI HÁ 1 MÊS

A agenda do Dr. Kowalski é lotada. Prá conseguir horário com ele é muito difícil, ele é muito requisitado, mas não é impossível.
Foi um período bastante tenso. Eu nunca tinha operado nada, nunca tinha ficado internada, anestesia geral nem imaginava, era tudo novo, assustador prá mim.

Um dia antes da cirurgia, resolvi tirar um dia de folga no trabalho. Foi a pior coisa que eu fiz!!! Não tinha o que fazer, então, tive mais tempo de pensar em besteira. O telefone tocou o dia todo, e as pessoas me tratavam como se eu fosse morrer.  
“Boa sorte, fica com Deus, vai dar tudo certo, não se preocupe...”
O que eu fiz? Fui a manicure, cabelereiro, tingi o cabelo, cortei, saí de lá me achando sensacional, porque eu já sabia que ia ficar um tempo sem estas coisas. Vocês vão saber depois o porque.

CIRURGIA
Cirurgia agendada para 7 hs da manhã, eu estava em jejum.
O Dr. Kowalski me operou no Hospital AC Camargo.

Cheguei ao hospital as 5 hs, e a Sylvia Vieira, outra pessoa especial na minha vida, uma mãezona, foi comigo.
Fui dar entrada no Hospital, e fui dar bom dia para uma moça que estava lá na recepção e ela disse: “ Não sei se é bom o dia, meu pai acabou de falecer”.
Ai, e agora? Era um bom dia ou não? Olha como eu fui recepcionada no hospital!!!!
Fiz uma oração, e pensei: Vou fazer, este é um excelente dia prá mim e tudo vai dar certo.
Já no quarto, a enfermeira pediu para eu trocar de roupa e colocar o avental cirúrgico. Eu super fresca não queria porque alguém já podia ter morrido com aquele avental. Olha que fresca!!!
Daí ela me deu o remédio para ficar sonolenta, mas eu estava tão nervosa, que nada de sono.
Na TV estava passando a prisão do Dr. Roger Abdelmassih – o tarado que abusava das mulheres que faziam tratamento para infertilidade, e mudando de canal, o desenho do Pica-Pau.
Pronto, chegou a hora de ir para o centro cirúrgico. Me agasalharam com dois cobertores e me levaram. O medo aumentando.
Me deixaram numa sala de espera, porque eu ainda estava muito alerta, me deram outro remédio. Daí eu fiquei meia grog, lembro-me do Dr. Kowalski se aproximando, pegou minha mão e disse que ia cuidar de mim. Ao meu lado tinha uma moça que roncava. Sr., como consegue roncar antes de uma cirurgia???
Rezei bastante, pedi para que o remédio fizesse efeito logo para que me levassem. Finalmente me levaram para o Centro Cirúrgico, prenderam minhas mãos, meus pés e na altura da minha cintura, me agasalharam mais.
Eu estava bem grog, sonolenta, daí chegou o anestesista, pegou na minha mão e disse que ia me anestesiar, contou como seria, que ele ia colocar a seringa com anestesia e que eu ia apagar totalmente para que pudessem me entubar para a cirurgia. E me lembro que ele se apresentou e disse: “Não vou sair do seu lado, até você acordar.” Aí eu confiei, já não tinha mais jeito e eu apaguei mesmo.
A cirurgia durou 45 min. O que foi mais demorado foi a preparação (desde o remédio/calmante, anestesia, entubação), esta deve ter sido em 1 hora.
Acordei totalmente sonolenta, com o anestesista apertando minha bochecha e me dando um chacoalho de leve para eu acordar. Abri os olhos, vi que ainda estava no centro cirúrgico, ele disse que agora que eu tinha acordado, ele ia arrumar a sala até que eu ficasse mais acordada e que a cirurgia tinha sido um sucesso. Sorri e dormi de novo.
Depois me levaram para a salinha de acordar, acho que fiquei uns 40 min. até despertar e a anestesia parar o efeito.

INTERNAÇÃO

Cheguei no quarto, estavam lá Sylvia e Elaine, outra amiga antiga e o telefone já estava tocando, era meu Diretor querendo saber da cirurgia. Só que eu tava com a garganta dolorida, mas ele queria ouvir minha voz. Daí eu disse: “To bem, to com fome”. Ele riu e disse: “Ah, agora ta bem mesmo, já ta falando em comer”.
E realmente cheguei com muita fome. Estava falando bem, mas o Dr. Kowalski orientou não falar muito, porque poderia doer depois.
O almoço foi sopa, a sobremesa era algum mingau. Comi tudo!!!
Dormi bastante e depois consegui tomar banho com a ajuda das minhas amigas.
As visitas começaram a chegar, o telefone não parava, mas evitei falar.
O Lú Mochon me divertiu bastante, depois a Silmara, Maira, Ivan, Luiz e Bruno ( a equipe que trabalhava comigo) + Soraya, me levaram mais chocolate e me ajudaram a me maquiar. Não queria estar com cara de doente. Só passei um blush e um gloss, também não dava prá ficar com cara de drag queem no hospital.
Recebi uma ligação super importante, era a Luciana Amaral perguntando o que poderia me levar para comer no hospital. Neste momento estava entrando o Dr. Kowalski para a visita do dia. Eu perguntei se podia comer chocolate, e ele sorriu. Então, eu entendi que podia e pedi pra Luciana, que é dona de Buffet, me levar brigadeiros.
O Dr. Kowalski me examinou e disse que estava tudo ótimo. Explicou que tinha feito a extração total da tireóide, porque havia também outros nódulos micros que não apareceram no exame de ultrasson e fez a raspagem.
Só que esta raspagem não pode ser muito profunda, porque senão, pode-se machucar as cordas vocais.
Ele contou que havia fechado bem o corte, hoje tem uma cola especial. O corte foi bem pequeno. Ele ficou preocupado porque percebeu que eu era bem vaidosa.
À noite, o jantar já era sólido, purê de batata, com arroz e carne moída. Comi tudo de novo, aliás a comida do AC Camargo é excelente.
Depois chegou a Luciana com uma caixa de docinhos de festa, eu comi alguns brigadeiros.
E mais tarde chegou a Adriana para dormir comigo. Dormir nada, porque as enfermeiras entram no quarto de hora em hora e a vontade de fazer xixi também foi de hora em hora. E como eu não conseguia sair sozinha da cama, doía o curativo, incomodava. Também estava com soro, desde a hora que cheguei no quarto.
Na manhã do dia seguinte, boas noticias. O Dr. Kowalski veio fazer a visita e disse que eu estava ótima e já recebi alta.

CHEGADA EM CASA
A Adri foi me levar em casa. Passamos na farmácia, comprei todos os remédios para o curativo e outro para dor se fosse necessário. Não me lembro os nomes, mas vou procurar para postar aqui.
Cheguei em casa, e moro sozinha gente!!! Não quis ninguém em casa comigo. Então, a tia Emma, mãe da Pati Foligati, fez canja de galinha, sem sal, para eu poder me alimentar durante a semana.
Foi bem difícil. Arrumar casa nem pensar!!! A faxineira fez isso pra mim.
A comida, depois que acabou a sopinha da tia Emma, eu consegui fazer coisas simples, foi bastante sopa nestes dias.
Não podia comer sal, peixe, agrião, brócolis, couve-flor, e nada industrializado.
Também não podia usar nada de creme hidratante, maquiagem, tinta de cabelo, esmalte na unha, depilação com cera, batom. Sabonete só neutro.
Comer, ok, não dá vontade mesmo de comer.
Agora a vaidade, essa me pegou. Eu já tenho cabelo branco e ficar sem tingir pra mim é uma tortura. Sair de casa sem maquiagem??? Tomar banho e não passar creme? Sem sol. Deus, como foi difícil.
Isso eu tive que ficar nesta dieta até o dia do exame nuclear.
Esta semana em casa deu muito sono. Eu estava sem hormônio nenhum, e sem remédio, não pude tomar até a iodoterapia.
Então, dá muito sono. Na segunda semana, eu já estava melhor e cansada de ficar em casa. Voltei ao trabalho, mas eu tinha 1 mês de licença médica.
Voltei me achando ótima. Daí como o trabalho também estava muito atrasado, eu quis acelerar em tudo.
Pra comer, ia em restaurante por quilo e o dono de lá fazia frango grelhado sem sal e eu comia salada, o que era permitido.
Na quarta semana, sem iodo no corpo, eu já estava me arrastando, mas não queria dar o braço a torcer. Eu quase dormia na minha mesa, e ninguém entendia. Achavam que como eu já tinha operado, que tudo era pra estar bem. Quando eu falava que estava cansada, ninguém dava atenção.
Até, que não deu pra agüentar, comecei a ficar estressada e voltei pra casa. Trabalhei de casa, aí dormia a tarde, era mais tranqüilo.  Se você não tiver esta opção, obedeça seu médico.

CURATIVO
Eu fiquei 1 semana com o curativo que fizeram no hospital, mas podia lavar com água e sabão.
Depois voltei lá, refizeram o curativo e me ensinaram a trocá-lo. Tinha que fazer a troca diariamente, isso depois de 1 semana de operada.
Ë fácil, é só pegar o micropore e cortá-lo em tiras. Fazer um x com as tiras tampando todo o corte. Lave antes no banho!!!!
Eu aproveitava o banho para fazer massagem no corte. Com os dois dedos indicadores, alisar o corte de dentro pra fora. Faça o quanto você agüentar, mas isso é ótimo para não ficar com cicatriz grossa.
Eu não precisei ficar com dreno quando acabou a cirurgia, isso facilitou bastante.
Depois de 2 semanas, tira-se a linha lá no hospital, o médico que tira.
E a minha cicatriz ficou linda, só um corte de aproximadamente 3 cm, sem quelóide, e depois de 1 mês, eu já me sentia segura, não tinha aflição de passar a mão, então continuei com as massagens e com protetor solar. Este, uso até hoje. Uso o Minesol Oil Control – FPS 30, da marca Roc.

RETORNO AO CIRURGIÃO E AO ENDOCRINOLOGISTA
Neste período ainda estava me sentindo acabada. Ainda sem hormônio.
Fui passar no médico da equipe do Dr. Kowalski, e ele  esqueceu de marcar a minha iodoterapia. Foi péssimo, porque há poucas vagas de internação de iodoterapia, então é bastante concorrido também. Por isso, o que eu deveria ficar no máximo 3 semanas, acabei ficando 60 dias sem hormônio, fazendo a dieta do iodo e me rastejando por toda a parte. Ah, e muito irritada.
Não esqueçam. Saindo da cirurgia, já veja se será necessário o iodo e agendem o mais rápido possível.
Voltei também no Dr. Paulo. 1 vez/mês indo no endócrino, isso por 1 ano.
E no cirurgião, há cada 3 meses, depois ele vai aumentando o tempo de retorno.

IODOTERAPIA – O QUE É?
Iodoterapia é um tratamento feito à base do iodo radioativo, chamado Iodo131. Cerca de um mês depois de retirar o câncer de tireóide por meio de cirurgia, o paciente vai para um hospital onde ingere uma dose de iodo radioativo via oral, por meio de um canudinho. (O líquido é transparente e não tem gosto).

PREPARAÇÃO PARA O IODO
Tive que fazer uns exames antes do iodo, pra saber se ainda existiam nódulos na minha tireóide e se havia em algum outro lugar no corpo. O exame de corpo inteiro, como chamam. Ë uma máquina, tipo um scanner.
Você deita, eles te amarram nas mãos, pés e cintura, ou seja, você não pode se mexer. E a maquina passa há um palmo de você por todo o seu corpo.
Eu odiei este exame, as lágrimas escorreram, dá fobia de ficar naquele lugar sem se mexer e aquela maquina passando em cima de você. Solução menos pior: fechar os olhos.
Daí você tem que esperar na sala, para ver se não há necessidade de refazer o exame.

A dieta. Esta é fundamental, senão não adianta nada e o iodo não capta as células ruins que ficaram. Sempre fica, mas não tenha medo.

O iodo é vida!!! Ë ele que vai completar a sua cura.

DURANTE A INTERNAÇÃO PARA O IODO
Cheguei para internação. O quarto é separado dos quartos normais. Fica dentro do Depto Nuclear do hospital.
Eles ficam te monitorando o tempo todo.
Entrei, a enfermeira pediu para me trocar e guardar toda minha roupa num saco que eles lacraram. Sem celular, porque senão não poderia utilizar depois. Eles confiscam tudo, mas é para seu bem.
Levei um livro, um pacote de bolacha de água e sal. Ah! E eu usava óculos na época, pedi para ficar com ele senão não ia enxergar nada. Liberaram o óculos, mas disseram que se estivesse com muita radiação, ele não ia poder sair do hospital. Me orientaram a estar lavando sempre com água e sabão.
Tudo o que ficou comigo, deveria ir para o lixo depois, ou melhor, antes de eu sair da internação.
Entra a nutricionista pra saber o que você gosta de comer.
Coloquei a roupa, azul anil, não sei que tecido é aquele, mas parecia perfex ( aquele paninho de pia). Sem calcinha, sem sutiã. Eu só fiquei com meia e depois tive que descartar.
No quarto tinha telefone, computador, geladeirae câmera tipo Big Brother. Tudo encapado com filme plástico.
Já trocada, a enfermeira veio com uma placa de chumbo, e ela estava toda equipada, parecia uma astronauta e também com uma placa de chumbo nela. Mediu minha temperatura, depois me deu um copo com água. O comprimido (iodo 131), você tem que tomar muito rapidamente. Ele vem dentro de um pote de alumínio, você pega e engole rapidamente, bebe água. A enfermeira saiu de costas.
Como eu disse antes, fiquei 60 dias sem iodo, tava me arrastando, com muito sono.
O telefone era longe da cama, e ele ficam ligando o tempo todo pra saber como você esta se sentindo, se houve alguma reação.
A orientação é tomar banho a cada 1 hora, lavar e esfregar bastante o corpo e tomar muita, mas muita água para baixar os níveis de radiação bem rápido. Quanto mais água melhor e você sai mais rápido do hospital também.
Eles calculam 3 dias de internação. Eu fiquei 1 dia e ½ .
Fui dormir, daí eles me ligaram para eu tomar banho. De hora em hora, lavar o cabelo todas as vezes. É um saco, porque nem dá tempo de você se enxugar e já tem que tomar banho de novo.
A refeição desta vez foi horrorosa.
O paladar muda por causa do iodo e eu fiquei bastante inchada.
TV o dia todo, mas não agüentava mais assistir Sonia Abrahão, esses programas da tarde que são insuportáveis.
Dormia, eles me acordavam pra saber se eu estava bem.
Na hora de colocar comida, eu entrava no banheiro, e eles todos equipados entravam rapidamente. Eu so saia do banheiro quando se fechava a porta.
Eu estava sem fome, eles me ligaram e pediram para eu forçar comer algo. Não consegui, daí eles me fizeram uma vitamina de banana, mamão e aveia. Ë bom que o intestino funcione e também que faça bastante xixi.
Tudo para eliminar o iodo.
No primeiro dia ok, apesar de tantas ligações e ter que ficar levantando pra atender. O computador super lento, fiquei irritadíssima. A noite, nem dormia direito, tinha que tomar banho e água.
Como não comi comida, eu comi bolacha de água e sal, suco Del Vale e água.
Um pacote que eu levei, não abri, a bolacha ficou toda mole. O que o iodo faz!!!
Li um pouco, mas não conseguia me concentrar.
Recebi algumas ligações no telefone do hospital. Soraya, Zilagyi, Clayton, foram uns fofos porque eu tava mal prá caramba. Também falei pouco no telefone, porque a garganta fica inchada e acaba doendo também se você se excede.
Toda hora que me sentia mal, lembrava que aquilo era uma etapa do processo para me dar vida.
No dia seguinte, continuei com os banhos de hora em hora e bebendo água. Urinando bastante.
Daí me deram uma outra vitamina de café da manhã para que o intestino funcionasse. Eu tava forçando tudo para que eu saísse logo de lá. Já estava pirando.
11 horas da manhã, o médico nuclear veio medir a radiação, com todos os equipamentos, placa de chumbo. Ë horrível, você se sente um ET contaminado.
Depois de 3 horas, me ligaram pra falar que eu estava tendo alta.
Chorei!!! Até que enfim ia pra minha casa.
Liberaram minha roupa, me troquei.
Tive que descartar a meia, escova de dente, escova de cabelo, livro, as comidas que levei, sabonete, tudo o que levei.
Meu óculos foi para exame, e depois voltou. Eles acabaram liberando.

DEPOIS DA IODOTERAPIA
Orientações para sair de lá: Sair rápido e não ter contato nenhum com criança e mulher grávida por 1 semana, ou seja, não saí de casa. Como saber se uma mulher está grávida? Se ela está no inicio da gravidez e não tem barriga? E se você topar com uma criança?
A mulher pode perder o feto e a criança pode ser contaminada e vir a morrer.
Então, sai de lá, peguei um taxi, vim no banco de trás com o vidro aberto.
Não pode ter relação sexual nesta semana também.
Fui pra casa. não sai de casa durante esta semana.
Na saída do hospital, o medico já receita uma dose pequena de hormônio pra você ir voltando ao normal.
Eu estava no taxi, a Adri me ligou e daí eu chorei mais. Sou chorona mesmo e eu tava me sentindo péssima. Fiquei muito inchada, meu pescoço ficou do tamanho do meu rosto, eu me sentia um sapo gordo. Depois perdi 2 kg só de liquido.
Alimentação liberada, exceto industrializados. Quase não como mais, é muito raro.


ACOMPANHAMENTO

 Depois desta semana em casa, voltar ao hospital pra fazer o exame de corpo inteiro novamente.
A cada 3 meses, retorno no cirurgião.
1 vez/mês, retorno no endocrinologista, afinal, você vai ter que voltar ao seu corpo de antes da doença. Eu engordei 8 kg, mais o inchaço.
Juntos, eles vão adequando o melhor remédio e a dosagem para você tomar.
Hoje, estou com 68 kg e tomo Syntroid 137 mg. Ainda preciso emagrecer 6 kg.
Ah! E meu colesterol disparou, coisa que antes eu nunca tive problema, então faço controle mensal também.
Tenho vida normal e agradeço todos os dias pelas mãos que passei. Tive médicos excelentes.

É isso gente. Espero mesmo que possa ter te ajudado.
Contem comigo para tirar dúvidas.

Beijo.

Nádia.